A presidente Dilma Rousseff preferiu a moderação ao comentar a redução
dos juros dos bancos privados. A presidente criticou, de maneira genérica, os
juros praticados no Brasil, dizendo que "não existe explicação técnica" para os
níveis brasileiros. Dilma disse que a redução das taxas no Brasil deverá ser
moderada, não "de supetão".

"O Brasil precisa de ter juros compatíveis com a sua posição no mundo.
Não existe explicação técnica para que nós sejamos o País que somos, que
tenhamos uma estabilidade como temos macroeconômica e as nossas taxas de juros
não sejam compatíveis com as internacionais", disse a presidente a jornalistas,
pela primeira vez após os anúncios das reduções dos juros do crédito.
Na esteira dos bancos públicos, os bancos privados reduziram as taxas de
juros cobradas em diferentes modalidades de crédito para não perder espaço no
mercado. A redução da taxa de juros não afeta necessariamente o lucro dos
bancos, que cobram alto nas taxas de administração. O governo quer baratear as
transações bancárias e reduzir justamente essa taxa.
"Eu não entro, em não vou me imiscuir, na forma como se administra nada",
disse, evitando palpitar publicamente na questão. "Não acredito que seja uma
questão que vamos realizar de supetão. Vamos realizar isso progressivamente",
disse a presidente, retomando a redução dos juros.
"Não há, repito eu, não há razão para termos taxas de juros tão elevadas.
Eu vejo no mundo países com alto grau de endividamento, com déficits fiscais
estarrecedores, com níveis de inadimplência absurdos praticando taxas de 1%, 2%,
5%", acrescentou a presidente.
"Então o que eu estou dizendo é que o Brasil progressivamente pode, como
pode fazer várias outras coisas, vai poder também fazer isso (reduzir o valor do
crédito). Isso eu tenho certeza. Eu confio no Brasil e, por isso, não é nenhuma
questão de derrota ou de vitória. Ninguém também vai supor que num passe de
mágica nós resolveremos todos os problemas", avaliou Dilma.
A presidente não quis antecipar alguma nova medida para inibir a fuga de
investimentos de títulos da dívida do Tesouro Direto para a poupança. "Cada dia
com sua agonia", esquivou-se. Com a redução da taxa Selic, hoje em 9%, os fundos
de investimento e títulos do Tesouro perdem um pouco da atratividade, porque
contam com a cobrança de Imposto de Renda, IOF e taxa de administração, ao
contrário da poupança. A presidente disse que outras medidas decorrentes de
redução dos juros ainda serão tomadas. "Sem dúvida nenhum, todas as questões vão
ser avaliadas pelo governo com muita calma, com muita tranquilidade", concluiu.
Foi enterrado na tarde desta segunda-feira o ator Thiago Klimeck, que morreu no domingo em decorrência de lesões provocadas por um enforcamento acidental durante a encenação da Paixão de Cristo, no interior de São Paulo. Ele foi sepultado às 16h, no hospital municipal de Itararé, após ser velado na Santa Casa do município.